25 setembro 2012


ZÉ URBANO APRESENTA:
PENSAMENTOS NA RUA HADDOCK LOBO

A entrega da qualidade cearense
tem pena de Afonso,
já que os motores da ressurreição
pararam no encalço
da responsabilidade enfática
e personalidade azul
do meu criado mudo.

No colégio de Maria
eu criei uma experiência eletrofísica
na qual, mediante a maionese,
eu pude supor o movimento do cacau
numa mídia homeospática e molto loca.

Mas eu fiquei com medo do flashback
porque ele prenunciou o evento
que lavaria o degrau da mente
que opera circularmente
nas conformidades circunscritivas
da minha sessão administrativa
e por que não optativa.

Eu se fosse o campeão dos pinguins
sem trema, sem temor, sem tremor,
destruiria sem perdão o horror
do derretimento supostamente causado
pelo aquecimento que muito vem causando.

Ah como eu gosto de beber sucos carioca
eles é muito saudável
refrescande que nem splaite,
eu me imagino se esparramando na praia
espalmando uma lacraia
com água fresca na sombra
dada por nosso senhor o prefeito.

Haddock Lobo
é uma expressão bilíngue
em português e inglês
que significa
Wolf Eglefim.

ZÉ URBANO, 2012

10 setembro 2012

ZÉ URBANO APRESENTA

PARALÉLOS


I.

Paralélos cômo a banãozanza,
Eu sumí às côumas do telerôna.

Após usár de rodomúnda chabôu,
Sabêi bandár atarofôu tazân;
Pôis, cúmo alquânde genorofíta,
Etêi padabáu lazâm sassáu chalá.

Assim atávo aos talamâncos bebêzes,
Cústa mamáre sem telolêr gatomêzes,
Essêi,
Pândo pis pacêr mistefíste chimínha qualquândo,
Cataropúl porrûta chôuda cháuda,
Mesmo alamélda astâm massáda xeboláz.

II.

Tau taiouêi pêpa eterovína
Físta melecúnda melíssa hipsofárto
Faztúcha pírra pirrêna,
Firína hibilabôuca,
Mesoírta patucúcha foi alúnda mamanhão
Quimitêu quidôu pipírra emerofárta,
Para sim, assim sino,
Hinos de memelocúca,
Atabár com o petaláque
Para que furtásse as pedúvas
Decuínda hipieteolovarobôucha.

Hêsta, mésta sárcha hotolú
Gundáu fetrabúla ne melozía ilânsa,
Cacatoropûta fatáu murchatáu etônsa.

Páu igêlo, gélonfúrta, zenêiza;
Hêiça, finôuda, fichimissilída
Quitrál quitracúta xaráta sá -
Mirtalouêi talouân
Mesêu vertangáda
Fássa faiâno músta fésta,
Bíta himíta goudí
Fachíta gúrta rêsta mésta.

III.

Azinândo cualóbínha quilída in vermafúta,
Castândo caquerúzas castocândo catútas,
Fui pupulembrádo qui
Acatoncontúva famôu
Calabelúnda ismárma ismelemûrma.

Ráchta chúnda chôuda cháuda
Cústa rûnda fêsterfunda
Cristembôlbo elessâm -
Catá - fatôu bartâm.

Leôu zinélma,
Elôm beteronélma?
Filitabúnda quitropôu
Futonânda comessôu,
Palôm, atáu batáu,
Atrôm, mirafotáu.

Mêsmo a êsmo
Turucú tutututú
Terequê tetetetê?
Mestorumblínda miquía
Fundamentalênse fatapatálca,
Sebônha rotelúnda!

IV.

Fetá lombotulâm cutrôugo
Ritacúla rechócha remenêu...
Renêu, felêida fachínda,
Mis, iquibilínga fiatululú
Pitúnda retolín richamícha?
Rechô michândo, fiacotúto petabô,
Corrúta púta reminônga miscagô,
Salombúnda imóza, zomélza,
Miála quépatou patacatáca
Istrôma tutabái paramânho filáz.

V.

Retejânda castândo,
Fui consá cossândo xaxalândo chelefínda,
Pásta meromínha carrombínda mirradô.
Quis calombolár
Pôu pára pembolár
San sardanegolár chalafústa fistafínha,
Mis michalasselôu
Chastobânho manefúta catrôugo renovár.

Culassambá, yayouvelâm,
Plenietetrê ratrêize micaracúpa,
Cuspácha mistacharrála ranissá matrúfa cuterombála
Coutacá menerrúm bísma tugatugatáu
Tarômbo malaprínda rucalatatáu.

VI.

Goncrízgui mijnázna
Masdeufelônda búfla pataquândo catrenbôuba,
Aspoelí huhazêhi houpouháuser
Asdeuêia seuepóipi klimnuný-heuntopói,
Vubugábbo dorozúna asdasbôu-fonoberbôu:

Darázdo zerebûma otunozepoulôu chalanbôm,
Sáro tânta pôlvo cásta túrba castanbôn,
Cutrôm sarabéllos carmonínga paralélos,
Gaxavásta michôusto cutucúca cucatúta
Im paraléllos cômo nálla banãozanza,
Cômo nálla?
Cúmo alquânde genorofíta,
Etêi padabáu lazâm sassáu chalá...

Essêi,
Pândo pis pacêr mistefíste chimínha qualquândo,
Cataropúl porrûta chôuda cháuda,
Mêsmo alamélda astâm massáda xeboláz.

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ZÉ URBANO 2012

05 janeiro 2012

Resenha publicada em 12/02/2010, no blog Leia Livros!, que é escrito por Ramiro R. Batista.

Abcdefghijklmnopqrstuvwxyz. Zé Urbano

Gramática? Sintaxe? Semântica? Não. Pode esquecer! Isso não existe no universo enigmático do escritor Zé Urbano. Não como nós conhecemos estruturalmente o nosso idioma. Não há possibilidade de se fazer comparações. Talvez, numa vã tentativa, um perigoso paralelo com “Memórias Sentimentais de João Miramar”, mas não, sem contar que Oswald de Andrade era um louco (ou quase isso). Epa! Loucura. Pode estar aí o liame, o fio de seda que pode nos mostrar um caminho interpretativo mais seguro. Essa mania dos “normais” (que se acham os tais) de ter certeza do tipo de chão que pisam. Por falar em chão, em Zé Urbano ele é movediço. O escritor apenas nos mostra um caminho, mas ele é sinuoso e muito traiçoeiro e há que se cuidar das minas que estão espalhadas no percurso e muito bem camufladas.

Irônica, debochada, e (por que não?) escatológica. Em seu livro intitulado “ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ” (pasmem, mas nem tanto), a “poética” de Zé Urbano é impactante, desafiadora e a obra poderia ser iniciada com uma breve advertência: “decifra-me se puderes!”. É como se recebêssemos um alfabeto inteiro para criarmos uma nova língua, partindo do zero absoluto. E Zé Urbano parece ser de outro mundo, de outro planeta ou de uma dimensão paralela para a qual o livro é apenas uma porta de acesso. Ah! Se Stephen King lesse mais do que escreve, provavelmente ficaria feliz em encontrar Zé Urbano. Terminamos o livro e nos vem à mente uma pessoa, meio-moleque daqueles que fedem vergamota (talvez o autor) rindo de nós, longe do nosso alcance (inteligentemente), exibindo um dedo em riste. Mas não nos irritamos, nem tampouco nos indignamos, apenas rimos. Talvez, rimos da nossa teimosa incapacidade de nos deixar levar pelo texto. Rimos da nossa pequenez como leitores ainda presos ao passado, incapazes de bem compreender o presente, quanto mais o futuro. E o “non-sense” (tão na moda) nos vem como explicação, mas é apenas estilístico e só nos ajuda realmente como um último recurso para descobrirmos o tamanho da nossa limitação. Zé Urbano está aí para nos mostrar que há um mundo inteiro, completamente diferente, muito além daquele percebido pelo nosso limitado ângulo de visão. Falei demais? Então, que tal curtir um pouco do próprio Zé Urbano, retratando o seu mal, pois, segundo ele mesmo: “...sofro de biscoitos ininteligíveis.” (p.98, in “As Momescas Cabriolagens do Mundo” – 2005).

“ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ (2005)

Himgróla, qomo qontinuar?
Sobrelhevêm as respostas aos borbolhetônes:
Morderei pãopãoqueijoqueijo
Sempre que a me convinher
Mastigarei Abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
Incluindo alfa beta e cetéras
E assim brótarãolhesestes vérsínios
Tais quais qe lhes agradem e agradem e adragem.

Á annos ñao páÁÁra de rodar o wellocípe na garagem
Use carpas na estiagem
Feche boca na mastigagem
Atemsão clace repete comigo

ABCDEF é: Abequidef – ABEQUIDEF!
GHIJKL é: Guíjcle – GUÍJCLE!
MNOP é: Minópe – MINÓPE!
QRSTUVW é: Cristúve – CRISTÚVE!
XYZ é: Csíz – CSÍZ!

TODOS! Abcdefghijklmnopqrstuvwxyz. RÁPIDO!
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

MAIS RÁPIDO!
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ” (p.122)


“... Sinco! Sei, seis! Sete!
Sente o impacto da pedra na cabeça!
É dramático,
É impressionante,
Refiro-me a Dante,
Já leu, monstrão nojentaço?
Não? Sim? Não? Sim?
Sim! Sim! Sim! Sim!
Beterrabas transgêêêêêêêêêênicaaaaaas!!!!” (in “A mil” – 2008 – p. 118)


“Eu conheço a Heloísa
vive cheia de coriza
mas ela nunca me avisa
quando vai soltar um escarro.” (p.92 in “Heloísa” – 2002)


“Hoje em dia
Eu passeava antigamente
Quase chegando
Ao ponto de partida” (p.11 in “Pequeno Enigma de Einstein”)

E por aí vai. Trata-se de um livro desafiador. Para leitores acostumados com o que a boa literatura nos apresenta. Não digo que agradará a todos, mas como já disse Nelson Rodrigues: “Toda a unanimidade é burra.” Vale, isto sim, ler e tirar sua própria conclusão. Quem sabe não começamos a olhar o mundo com outros olhos, mesmo que sejam vesgos ou... furados.

O livro “ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ”, de Zé Urbano é de 2009, publicado pela editora Ibis Libris, Rio de Janeiro. Zé Urbano é o pseudônimo de Gustavo Jobim. Mais sobre o autor acesse: www.zeurbano.blogspot.com

08 julho 2011

Zé Urbano Nils 167


zé urbano apresenta:

A MENTE TORPE

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Esvaziando, o conteúdo irá minguando,
Conforme desce a cada linha o olho na página.
Conforme sobe cada letra torpe à mente,
A mente torpe uma luz ansiará.

Eu já tampei o calabouço de biscoito,
Quando a turma celebrou o cemitério.
E quando o troço me apitou o mesentério,
Fui puxando o milenar retrato exposto.

Mas também a talco enxofre fui matando,
Quando a banda procurou o celacanto.
E no cardume afortunado flutando,
A numes fui soltando verbos de acalanto.

E com a taxa do salango terevoso,
Eu já tomei o buganato do fadongo.
Mas o preço do calor adezenado
Foi por baixo do medôro combinado.

Pois se eu demôdo um coração um neuroverbo,
Passo a olhar o doloroso do enemênio.
Nunca fui o bereneu de um chatalato,
Mas pude ter o santo logro do berêmo.

E o espaço da sua mente está fervendo,
Pois neste espaço sou o rei, sou o regente.
E a torpe mente uma luz ansiará,
Se a minha voz no espaço vasto ecoar.

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ZÉ URBANO, 08/07/2011

2011 pépe editiônes inc.

www.twitter.com/ze_urbano
www.zeurbano.blogspot.com
www.gustavojobim.com/zeurbano
www.gustavojobim.com/loja

05 julho 2011

Zé Urbano Nils 166


PREPARAI-VOS!

Aqui fala seu có-editor Augusto Frederico Lucas da Fonseca.

Zé Urbano Nils é a revistinha fundada por nosso editor-guru-supremo pépe, concomitantemente à fundação da editora Pépe Editiônes Inc. (se lembramos bem).

Ocorreu esta fundação na data 13/07/2003, portanto podemos arredondar e comemorar 8 anos da nossa revistinha.

Hoje pretendemos dar continuidade a ela, que foi descontinuada no início de 2010. Por isso, apresentamos Zé Urbano Nils nº 000166!

HO HO HO HO HO HO HO Falando dPpepepe PÉPE de 3q3q editiônes INC VÊ LETRADAÇA ZHEH URBASNO, qerziser, URBVANOS . ZÈ UR_BASNO . LISENSA> AUTUSGO FRIDERISDOA LUCAS AUFBAS,

Aqui fala novamente seu có-editor, Augusto Frederico Lucas da Fonseca. Nosso editor-guru-supremo pépe encontra-se mui emocionado no momento para dar prosseguimento. Vamos apresentar uma novíssima letrada de Zé Urbano, mas antes, sugerimos conhecer o livro de Zé Urbano: baixe a amostra neste endereço - www.gustavojobim.com/zeurbano , depois adquira seu exemplar em www.gustavojobim.com/loja . Não esquecendo que estes dois links são patrocinados pelo nosso representante comercial, Gustavo Jobim.

Siga Zé Urbano no TWITTER: www.twitter.com/ze_urbano.

Para encerrar, nosso prato principal: Zé Urbano, mancomunado com Pépe Editiônes Inc., apresenta coisa fabricada por Zé Urbano ele-mesmo mui recentemente em 17/06/2011:

O Primeiro Verso
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Este é o primeiro verso
Que é seguido deste outro
Fosse haikai, acabaria aqui
Lá vem mais um, porque não é
E a história continua no quinto
Agora, vocês contemplem o verso seis

E este sétimo verso, se fosse o último
Teria tido um final cabalístico
Mas olha que surpresa, já tem nove
E fechar dez com esse outro vai ser mole

Onze linhas escrevi
Doze vezes já pedi
Treze mil reais que fossem
Ou melhor, fossem quatorze
Pra bancar um belo livro
Com trocentas novas páginas
E uma boa capa dura
Com bordados doirados
E desenhos bem doidos
Vou parar no verso vinte

Parei

Enganei vocês, porque o de cima foi o vinte e um
Ah, perdi a oportunidade de fechar no vinte e dois
Teria sido adequado
Vou escapar do vinte e quatro
Por um triz
Vamos dançar no chafariz
Botando um dedo no nariz
Não escapei da rima velha
Eu busquei a palavra mais certa
Vê se entende o meu grito de alerta
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ZÉ URBANO

Augusto Frederico Lucas da Fonseca

pépe

2011 Pépe Editiônes Inc.

www.twitter.com/ze_urbano
www.zeurbano.blogspot.com
www.gustavojobim.com/zeurbano
www.gustavojobim.com/loja

01 julho 2011

O MAGNÍFICO COPO
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O magnífico copo
Encontrou na esquina
O sorumbático garfo
E o joelho nervoso
E o legume mimoso


E o magnífico copo
Chamou o pires capeta
E o guardanapo sapeca
E a manteiga ranzinza
E a travessa maluca
E a panela untada


E o magnífico copo
Aguou o vaso de plantas
Mediu a porção de arroz
Ficou na beira da mesa
Rachou de rir da piada


E o magnífico copo
E o hermeneuta café
E o filosófico pão
E o copão magnífico.

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escreveu ZÉ URBANO em 20/05/2011.

29 junho 2011

ZÉ URBANO TUÍTA

WWW.TWITTER.COM/ZE_URBANO